A Avianca, principal companhia aérea da Colômbia, e uma das mais importantes da América Latina, retomou no domingo, dia 23 de outubro, os voos para Caracas, na Venezuela, que tinham sido suspensos no dia anterior, devido a um incidente provocado pelo que a imprensa colombiana denominada como um “incidente diplomático” (LINK notícia relacionada).
Conforme foi divulgado, na noite de sexta-feira, dia 21 de outubro, um Boeing 787-8 da Avianca que viajava de Madrid para Bogotá, e no momento em que atravessou espaço aéreo controlado pela Venezuela, teve a seu lado dois caças-bombardeiros Sukhoi Su-30 da Força Aérea Bolivariana. Um escolta que foi constante durante pelo menos 20 minutos. O comandante ficou surpreendido com esta inusitada ação da Força Aérea Venezuelana, a tal ponto que chegou a ativar o sistema TCAS (de alerta de tráfego e anticolisão), segundo fontes da Avianca, citadas pelo jornal espanhol ‘El País’.
Embora o incidente não tenha tido consequências para os 248 passageiros, que chegaram ao Aeroporto Internacional El Dorado, em Bogotá, no horário previsto, a Avianca decidiu “cancelar indefinidamente” todos os seus voos de e para Caracas. Foram suspensos os voos que estavam programados para sair no sábado de Bogotá (dois voos), os que sairiam da capital venezuelana (outros dois) e um de ida e volta Lima-Caracas. Além disso, as rotas que cruzam o céu venezuelano foram desviadas para evitar voar sobre o país vizinho até obter uma resposta satisfatória da parte das autoridades de Caracas.
O ministro da Defesa Luis Carlos Villegas confirmou que conversou com seu colega venezuelano, o general Vladimir Padrino, de quem recebeu a decisão de investigar as causas do incidente, sobre o qual também falaram a chanceler colombiana María Ángela Holguín e Delcy Rodríguez, chanceler da Venezuela, em uma conversa da qual participou o presidente desse país, Nicolás Maduro, que ordenou uma investigação a fundo.
Depois de contatos entre as entidades dos dois países parece ter-se chegado à conclusão de que terá havido excesso de zelo dos pilotos militares que se posicionaram ao lado do avião comercial colombiano. Uma atitude que, de qualquer forma, intimidou os pilotos da Avianca que não entenderam bem o que se estava a passar.
Não obstante estarem a decorrer investigações por parte da Força Aérea Bolivariana Venezuelana sobre o que terá acontecido, o Governo da Colômbia e a Avianca aceitaram a versão dos vizinhos venezuelanos e numa política de boa vizinhança e compreensiva para com uma atitude que consideram isolada e inadequada, resolveram reiniciar os voos entre os dois países e voltar a sobrevoar o território sob jurisdição venezuelana. Os voos foram retomados no domingo, dia 23 de outubro.