A Binter Cabo Verde, uma companhia subsidiária da espanhola Binter, com sede nas ilhas Canárias, criada em 2014, tendo como único acionista a empresa ‘Apoyo Y Logistica Industrial Canária, Sociedade Limitada’, vai passar a denominar-se Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV), conforme publicação no Boletim Oficial da República.
A agência de notícias portuguesa ‘Lusa’ anunciou a mudança do nome, depois de ter confirmado a publicação oficial que altera a designação, para a qual, diz a agência, não há qualquer justificação.
A Binter Cabo Verde, agora designada por TICV, era até à semana passada a única companhia aérea a fazer as ligações inter-ilhas no arquipélago. A Imagem da Binter CV e respetivo lettering ainda continua nos aviões e nos documentos oficiais, nomeadamente na sua página de Internet. A mudança deverá ocorrer oportunamente.
Binter Cabo Verde está há dois anos nas ligações inter-ilhas
A Binter entrou em Cabo Verde há dois anos, tendo acudido aos voos inter-ilhas, depois do desmantelamento da TACV – Transportes Aéreos de Cabo Verde, que começou por deixar de voar nos percursos inter-ilhas, em agosto de 2017. Antes a Binter Canárias já fazia voos regulares de Las Palmas de Grã Canária para Cabo Verde.
Os empresários espanhóis das Canárias constituíram então uma empresa de direito cabo-verdiana, com um capital social de 664.410.000 de escudos cabo-verdianos (6,025 milhões de euros), e negociaram com o Governo da República de Cabo Verde um acordo para o início da exclusividade dos voos inter-ilhas que previa a entrada do Estado cabo-verdiano na companhia com a aquisição de 49% do capital social, o que até agora não foi concretizado.
Na ocasião, o primeiro-ministro disse que o investimento do Estado seria de 19% do capital, que rondaria os 1,1 milhões de euros, enquanto a cedência comercial das rotas fora avaliada em 30%.
Após um processo de reestruturação que resultou na sua privatização, a TACV, que mudou de nome para Cabo Verde Airlines (CVA) retomou na semana passada os voos domésticos, entre as ilhas, através de uma parceria com a companhia aérea portuguesas Lease Fly e empresa de turismo e viagens ‘Newtour’, garantindo assim a conectividade ao hub internacional na ilha do Sal.
A transportadora aérea cabo-verdiana opera grande parte dos voos internacionais a partir do Sal, passando agora a ter ligações às ilhas de Santiago, São Vicente e Fogo, com recurso a aviões ATR42-300, um dos quais já está em serviço (LINK notícia relacionada).
O Estado de Cabo Verde vendeu 51% da companhia Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação.
Para o Governo cabo-verdiano, a alternativa à privatização seria a sua liquidação, a qual custaria mais de 181 milhões de euros.
- Foto © Carlos Freitas