A Binter Canarias, companhia aérea espanhola, a quem está concessionada a linha regular de transporte de passageiros entre as ilhas da Madeira e do Porto Santo vai deixar o arquipélago da Madeira nesta terça-feira, dia 17 de março, e interromper por algumas semanas a rota que tem obrigações de serviço público (LINK notícia relacionada). São dois voos diários entre as duas ilhas desta Região Autónoma portuguesa que deixarão de ser feitos.
Ficarão também interrompidas a partir de agora as ligações da Madeira para as ilhas de Grã Canária (Aeroporto de Las Palmas) e de Tenerife (Aeroporto de Tenerife Norte), mas cuja interrupção se compreende e admite já que o Governo da República decidiu proibir todo o tráfego aéreo de passageiros em aviões comerciais entre Portugal e Espanha.
A companhia espanhola alega motivos de força maior para a interrupção dos voos inter-ilhas, já que a quarentena obrigatória imposta pelo Governo Regional da Madeira a todos quantos entram na ilhas vindos do exterior (14 dias sem contactar com outras pessoas), devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus (Covid-19) afeta a tripulação dos voos vindos de Canárias, que são as mesmas que se alternam, proporcionando uma constante rotação de aviões e de pilotos, permitindo desta forma a renovação de aeronaves e tripulações, com vantagens acrescidas nos processos de manutenção dos ATR 72-600 que escalavam as ilhas da Madeira e do Porto Santo.
“Por esse motivo, a Binter é obrigada a deixar os aviões em Canárias, já que se aterrar na Madeira, as aeronaves serão paradas, porque as tripulações entram em quarentena”, explicou um porta-voz da companhia aérea ao ‘Newsavia’.
Contudo, a Binter esclarece que isto não significa que a companhia pretenda deixar de operar nas ilhas da Madeira e do Porto Santo. Antes pelo contrário, assumirá as suas obrigações logo que a situação de exceção estiver ultrapassada. Além do mais a Binter está a prever um Verão em cheio na Madeira, com ligações para quatro ilhas em Canárias (Grã Canária, Tenerife, Lanzarote e Fuerteventura) e para Marraquexe, no Reino de Marrocos (LINK notícia relacionada).
A Binter comunicou ao Governo da República Portuguesa a sua decisão e confirmou que irá continuar a operação dos voos interinsulares, logo que as medidas impostas pelo Governo da Região Autónoma da Madeira sejam levantadas e não impeçam a alternância entre aviões e tripulações, cuja estada média na Região é de cerca de uma noite.
O Governo Regional da Madeira reagiu com alguma surpresa a esta decisão da Binter e anunciou que está a pressionar o Governo da República para contratar uma companhia aérea portuguesa que tenha aviões e tripulações certificadas e que possam permanecer no arquipélago durante esta fase de impedimento da companhia aérea espanhola.
- Foto © Paulo Brito
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