Comissão de inquérito quer ouvir chefias intermédias da SATA sobre aluguer de A330-200

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A comissão de inquérito ao grupo de aviação comercial português SATA, baseado nos Açores, criada pelo parlamento desta região autónoma, quer ouvir as chefias intermédias da companhia aérea que tenham estado relacionadas com o processo de renovação da frota, no período entre 2013 e 2019.

“Não estamos a falar dos administradores da companhia, mas das figuras de ‘primeira linha’ que tiverem responsabilidades na escolha das aeronaves”, justificou António Vasco Viveiros, deputado do PSD, durante uma reunião da comissão de inquérito, realizada nesta segunda-feira, dia 17 de julho, em Ponta Delgada (ilha de São Miguel).

Embora não tenha feito referência a nenhum aparelho em concreto, a intenção dos social-democratas é tentar perceber quem foram os responsáveis pela escolha do avião Airbus A330-200, mais conhecido por “Cachalote” devido à pintura na fuselagem (na imagem de abertura), que foi alugado pela SATA Internacional (depois denominada Azores Airlines) para voos internacionais, mas que custou à transportadora açoriana mais de 40 milhões de euros, apesar de ter estado parado durante cerca de dois anos.

“Pretendemos também ouvir um perito sobre os contratos de leasing efetuados pela SATA no mesmo período”, adiantou António Vasco Viveiros, que requereu também que fossem enviadas à comissão de inquérito “todos os estudos” elaborados sobre a renovação da frota da companhia, bem como as atas das reuniões dos conselhos de administração e das assembleias gerais da SATA, e a correspondência trocada entre a transportadora e o governo regional, na altura liderado pelo socialista Vasco Cordeiro.

A comissão de inquérito à SATA aprovou todas estas diligências, por unanimidade, bem como as que foram propostas por António Lima, do Bloco de Esquerda, que pretende ter acesso ao plano de reestruturação da SATA, aprovado pela Comissão Europeia, assim como a “troca de correspondência”, a este propósito, entre o atual governo de coligação nos Açores (PSD, CDS-PP e PPM), o Governo da República e a Comissão Europeia.

Os deputados que integram a comissão de inquérito à SATA, em representação do PS, PSD, CDS-PP, PPM, BE, CH e PAN (o IL esteve ausente por razões de saúde), decidiram também aguardar para uma fase posterior dos trabalhos, os pedidos de audição a responsáveis políticos, que possam ter tido impacto negativo nas contas da companhia.

Esta comissão parlamentar de inquérito foi criada por proposta do deputado único do Chega nos Açores, José Pacheco, com o objetivo de “analisar as causas do significativo agravamento do desequilíbrio económico e financeiro do Grupo SATA entre 2013 e 2019”, bem como “o exercício da tutela política no Grupo SATA e o desempenho dos órgãos sociais das empresas”, entre 2020 e 2022.

 

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