A Airbus terá que parar o programa de produção do maior avião comercial do mundo, o A380, se a transportadora árabe Emirates não fizer uma nova encomenda, anunciou nesta segunda-feira, dia 15 de janeiro, John Leahy, administrador executivo da Airbus.
“Muito honestamente, se não chegarmos a um acordo com a Emirates”, o principal cliente do gigante dos céus, “não haverá outra escolha senão parar o programa”, respondeu Leahy, ao ser questionado sobre o futuro do aparelho, sem encomendas há dois anos, durante a apresentação do balanço comercial do grupo em 2017.
“Continuamos a negociar com a Emirates, mas honestamente eles são provavelmente, neste momento, os únicos em condições no mercado a encomendar um mínimo de seis (aviões) por um ano por um período de oito a dez anos”, acrescentou, sublinhando “estar confiante” na possibilidade de chegar a acordo com a companhia do Golfo.
O construtor, que reduziu progressivamente o ritmo de construção daquele aparelho, espera uma encomenda em Novembro, durante o Salão Aeronaútico no Dubai. Mas a transportadora, que em 2017 recebeu o 100.º A380, anunciou já uma encomenda de 40 aviões Boeing 787-1000.
Fabrice Bregier, o “número dois” do grupo, manifestou também o seu optimismo.
“A trajectória será de atrasar” a produção do A380 com 12 aparelhos entregues em 2018, disse o responsável, confirmando que o fabricante conta baixar este ritmo a “seis aviões por ano”.
“O desafio vai ser manter pelo menos este nível nos próximos anos, antes da substituição dos A380 (em serviço) e de novos mercados potenciais”, disse.
A Airbus quer prolongar a vida do projeto A380, o maior avião comercial do mundo. Desde que foi lançado, em 2007 e até ao final 2017, a Airbus recebeu 317 encomendas e entregou 221 aeronaves. A Emirates Airlines tem a maior frota de A380, com 142 pedidos e 101 aeronaves já entregues.