Conviasa abre voos para a Rússia e o Irão e mostra interesse por Portugal

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A companhia aérea Conviasa (Consórcio Venezuelano de Indústrias Aeronáuticas e Serviços Aéreos) vai assumir uma nova etapa de expansão das suas ligações internacionais, com o fortalecimento da qualidade dos seus serviços e a ampliação da frota de aeronaves, anunciou o Governo Bolivariano.

O anúncio foi feito na semana passada pelo vice-ministro dos Transportes Aéreos do Ministério do Poder Popular para os Transportes e presidente da Conviasa, Ramón Velásquez Araguayán, numa reunião de trabalho com os tripulantes de cabina da companhia, a quem exortou a assumir esta fase “com o mais alto nível de responsabilidade e compromisso ”, bem como reforçar a formação contínua para maximizar o serviço aos passageiros.

A expansão da oferta de serviço inclui a ativação de novas ligações internacionais, com carácter regular, a partir do próximo mês de dezembro, nomeadamente para a Rússia e para a República Islâmica do Irão, para onde a companhia tem feito, nas últimas semanas alguns voos com o seu Airbus A340-200, alguns deles com escalas no Aeroporto Internacional do Sal, na República de Cabo Verde.

“Prevemos para a primeira semana de dezembro a abertura formal de voos para Moscovo e Teerão”, disse o presidente da Conviasa, que apontou a intenção de serem realizados voos regulares, também, para Portugal, Itália e China, além de países latino-americanos.

Para dar cumprimento a esta nova fase de expansão, o vice-ministro dos Transportes Aéreos informou que para o mês de novembro será adicionado à frota da companhia aérea estatal um avião Airbus 340-300, que, segundo fontes bem colocadas, era propriedade da ‘Avior’, outra companhia venezuelana, além do Airbus A340-200 (registo YV1004) que atualmente está em operação para voos de longo curso.

“Foi possível comprar um avião Airbus 340-300, que já pagámos, e, se Deus quiser, deve chegar na terceira ou quarta semana de novembro”, disse Ramón Velásquez Araguayán, citado pelo jornal venezuelano ‘Últimas Noticias.

A Conviasa, que é uma companhia estatal, tem uma frota de aviões Embraer 190 e Cessna Gran Caravan, que servem as rotas domésticas e regionais na América Latina, e pretende adquirir mais três aviões Airbus 340-500, para satisfazer a procura dos passageiros que pretendam viajar para e do exterior do País, em voos de longo curso.

O grande problema que se coloca, para já, face às intenções do Governo Bolivariano da Venezuela e da companhia aérea nacional, é o facto das viagens com aviões de registo venezuelano estarem ‘proibidas’ pelos Estados Unidos da América.

A Conviasa está numa lista de empresas sancionadas pelo Departamento do Tesouro, em Washington, que pretende impôr restrições de sobrevoo e aterragem em diversos países aliados dos EUA. O regime norte-americano, nomeadamente durante a Administração de Donald Trump tem contestado a realização de voos que ligam a Rússia, o Irão e a Síria à Venezuela. Segundo os serviços secretos dos EUA são voos que transportam ouro e drogas em troca por armas e outros equipamentos para reforço das posições militares bolivarianas. Uma situação que tem sido contestada pelo regime de Nicolas Maduro, e que, felizmente para Caracas, tem pouca ou nenhuma adesão entre os aliados, já que  a recomendação dos EUA não sido cumprida pelos países do Mediterrâneo que, normalmente, aceitam o sobrevoo de aviões venezuelanos ou de outras companhias, russas ou iranianas, que, também têm voado para a Venezuela nos últimos meses, com cargas nunca reveladas.

 

Portugal pode ser ponto de escala para voos regulares da Conviasa entre o Ocidente e o Oriente

O ‘Newsavia’ sabe que um dos grande projetos da Conviasa para as ligações entre o Ocidente e o Oriente, tem sido orientado para os aviões escalarem um aeroporto português nos voos entre Caracas e Moscovo, por exemplo. O presidente da Conviasa esteve em Portugal no final do ano passado, e uma das intenções da visita era precisamente essa, além de ter estado em contacto com companhias portuguesas de fretamento de aeronaves, uma alternativa face aos problemas que a utilização de aviões de registo venezuelano poderiam suscitar.

Sabemos que chegou a ser desenhada uma rota entre Caracas-Madeira-Moscovo-Madeira-Caracas, que serviria as pretensões de Maduro de transportar conselheiros russos e cidadãos venezuelanos para ações de formação na Rússia e ao mesmo tempo, transportar portugueses emigrados na Venezuela, dado a grande maioria ser oriunda da ilha da Madeira. O circuito completava-se com o atrativo da ilha portuguesa passar a dispor de um voo direto de e para Moscovo, onde existe grande procura pela Madeira, nomeadamente no segmento turístico.

Um projeto que adormeceu com a pandemia, que seria provavelmente dinamizado com um avião da Hi Fly, e que teria de ter a concordância das autoridades portuguesas, cumprindo nomeadamente os trâmites do acordo aéreo entre os dois países, a ser eventualmente alterado entre as partes, se necessário fosse.

Fontes contactadas pelo ‘Newsavia’ em Caracas indicam que há grande movimentação na Venezuela no sector aeronáutico, nomeadamente ao nível das estruturas aeroportuárias e de escolas de pilotagem e de técnicos de manutenção aeronáutica, mas que falta dotar as empresas aéreas nacionais com aeronaves mais modernas de forma a ganhar a confiança dos passageiros e para tornar as viagens mais apelativas. Mesmo em época de crise, não só económica, atendendo ao descalabro social que se vive no País, como também pandémica, há passageiros para viajar e há negócios que prosperam alavancados pela recuperação de algumas unidades de produção, cujo controlo foi assumido pelo Estado.

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