A Administração Federal dos Estados Unidos da América elaborou uma lista dos itens que podem vir a ser taxados como forma de retaliação aos subsídios que a União Europeia concede à construtora aeronáutica Airbus, o que, na ótica de Donald Trump, prejudica indevidamente a rival americana Boeing.
A Casa Branca admite que o presidente Trump avançou a possibilidade de impor tarifas sobre 11 mil milhões de euros de bens importados da Europa, como forma de contestar esses subsídios atribuídos à Airbus . A administração de Trump, que cita conclusões da Organização Mundial do Comércio (OMC), considera que os subsídios concedidos à construtora europeia têm penalizado a Boeing “repetidamente”, causando “efeitos adversos nos Estados Unidos”.
A lista dos itens que podem vir a ser sujeitos a tarifas já foi publicada, e inclui helicópteros de passageiros, vários queijos e vinhos, fatos de neve e algumas motas.
Robert Lighthizer, que lidera o Departamento de Comércio na Administração Federal, disse esta semana que os Estados Unidos haviam perdido a paciência com aquele que é um dos casos mais antigos que está pendente na OMC, referindo-se à queixa relativamente aos subsídios concedidos à Airbus, que existe desde há 14 anos.
A ameaça de novas taxas surge numa altura em que se aproximava o momento de negociar as tarifas industriais com a Europa, colocando pressão sobre futuras conversações. Paralelamente, os Estados Unidos continuam a discutir o futuro comercial com a China, depois da imposição recíproca de tarifas que resultou no abrandamento económico para ambos os países.
Por outro lado, existem os conhecidos problemas com a nova certificação dos Boeing 737 MAX, afetados por dois desastres fatais, que estão a afastar algumas companhias aéreas mundiais dos novos aviões norte-americanos, o que, naturalmente, poderá potenciar as vendas do concorrente Airbus no segmento de médio curso.