EUA pretendem mudar estatuto da sua presença na Base Aérea das Lajes (Açores)

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O presidente do Governo Regional dos Açores, arquipélago português situado no Atlântico, entre a Europa e a América do Norte, afirmou nesta sexta-feira, dia 22 de setembro, que o executivo açoriano vai “aguardar para ver a evolução e o resultado final” sobre a proposta dos Estados Unidos de transformar a base aérea das Lajes, na ilha Terceira, em centro de treino militar.

“Penso que a posição do Governo Regional em relação a este assunto é no fundo aguardar para ver a evolução e o resultado final deste processo dentro dos mecanismos de decisão do congresso”, disse Vasco Cordeiro, em declarações aos jornalistas, na cidade de Ponta Delgada.

A proposta de orçamento da Defesa norte-americana, que o Senado aprovou esta semana, pede que a Secretaria de Defesa indique o custo de transformar a Base das Lajes num campo para exercícios de guerra aéreos e subaquáticos.

Na seção 1056 do documento, já aprovado pela Câmara dos Representantes em julho, fica determinado que “passados não mais de 90 dias sobre a entrada em vigor” do orçamento, “a Secretaria de Defesa deve submeter para o Comité das Forças Armadas do Senado e da Câmara dos Representantes um relatório sobre as infra-estruturas e capacidades da Base das Lajes”.

Nesse documento, deve ser incluído “o custo de estabelecer a Base das Lajes como um local para treinos aéreos e missões de guerra anti-submarinos, incluindo o custo das melhorias necessárias, bem como potenciais benefícios operacionais”.

Os congressistas exigem também que o relatório inclua estimativas do custo de expandir a largura de banda para 56 gigabits por segundo e do custo para conectar a infra-estrutura existente a cabos submarinos que venham a ser instalados.

Os políticos querem ainda uma justificação para que a base seja um local para militares não acompanhados e querem saber quanto custaria mudar esse estatuto, permitindo que os militares ali instalados possam ser novamente acompanhados pelas famílias.

Por fim, o relatório deve incluir o custo de ocupação do alojamento na base por membros das forças armadas e uma avaliação das suas capacidades para acolher duas mil pessoas (entre civis e militares).

O Pentágono já elaborou um relatório sobre a capacidade de as Lajes acolherem este centro militar, concluindo que não tem capacidades para tal, mas a credibilidade do estudo tem sido questionada pelo congressista luso-americano Devin Nunes.

Além destas exigências, os congressistas fazem uma avaliação da Base das Lajes, considerando que é uma “facilitadora das missões dos EUA na Europa, África e Atlântico”, que as suas instalações “refletem investimentos significativos de longo prazo” e que “o Departamento de Defesa não tem utilizado totalmente” as infraestruturas existentes.

Nesta sexta-feira (22 de setembro) o chefe do executivo regional açoriano sublinhou que se trata de “uma proposta que está ainda no decurso do processo político interno do Congresso”.

“É uma matéria que é semelhante também a um conjunto de outras propostas que em anos anteriores já surgiram em relação a este processo. Houve uma mudança da administração americana, uma mudança também no fundo da abordagem que a atual administração tem até numa perspectiva mais vasta em relação a estas matérias”, referiu.

Vasco Cordeiro sustentou ainda que esta é uma matéria que “depois envolve também um conjunto de discussões com o próprio Governo Português e com o Governo dos Açores”.

“Porque há um pequeno pormenor que convém não esquecermos. É que a base é Portuguesa e, portanto, a alteração da sua finalidade e a alteração do seu percurso não pode ser feita por simples decisão de outras partes”, sustentou.

 

  • Texto distribuído pela agência de notícias portuguesa ‘Lusa’.

 


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