Falha nos flaps provoca acidente com Dyn’Aero MCR 4S

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O relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves de Portugal (GPIAA) ao acidente com o Dyn’Aero MCR 4S-2002 (matrícula PH-VGH), ocorrido no dia 26 de Maio de 2015, em Água Longa (Santo Tirso), em Portugal, (LINK notícia relacionada) aponta para uma falha do sistema de controlo dos flaps. Segundo testemunhas no local, a aeronave “rolou descontroladamente para a direita e viria a despenhar-se violentamente no piso pavimentado de uma estrada de acesso a um campo de futebol local. A aeronave entrou inicialmente numa espiral acentuada para a direita com o nariz em baixo indiciando uma perda total de sustentação. A espiral foi agravada, de acordo com os exames no local da trajectória do impacto e destroços, com o aumento de potência do motor numa tentativa de eventualmente recuperar o controlo da aeronave”.

De acordo com o relatório preliminar do GPIAA, a causa provável da perda de controlo da aeronave foi a falha do sistema de controlo dos flaps quando em volta da perna base para a final da pista 34 do aeródromo de Vilar da Luz. “Análises posteriores aos destroços da aeronave permitiram detectar uma assimetria na deflexão dos flaps provocada pelo desgaste dos respectivos componentes o que, associado à baixa velocidade da aeronave naquele momento de aproximação à pista, foram provavelmente os principais factores na perda de controlo e sustentação, e consequente queda. A aeronave ficou totalmente destruída, apesar de não ter havido fogo”. Os dois ocupantes, piloto e passageiro, foram encontrados já sem vida em resultado da violência do impacto.

Figura-3-Relatorio-preliminar-do-acidente-com-DYN-AERO-MCR-4S-2002--GPIAA
Figura n3, divulgada pelo GPIAA, no relatório preliminar do acidente com DYN’AERO MCR 4S 2002 – Clique na foto para ver o relatório

O GPIAA recorda que existe um histórico global de acidentes e incidentes com este modelo de aeronave relacionados com a anomalia referida. Em muitos dos eventos a causa deveu-se à falta de manutenção. Em 17 de Abril de 2013, a Direction Générale de L’Aviation Civile de França emitiu uma Directiva de Aeronavegabilidade (ver aqui F-2013-001) especificando acções mandatórias e respectivos tempos de cumprimento como medidas preventivas. O próprio fabricante também emitiu um Boletim de Serviço (ver aqui BS 13 D 0044) imperativo, datado de 9 de Abril de 2013, com uma série de medidas que, entre outras, compreendiam inspecções visuais, substituição de componentes, implementação de um tempo limite de operação e ainda uma actualização sistemática do manual de manutenção.

 

Foto do acidente: Tiago Ferreira/Plane Spotters de Portugal

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