O ministro da Aviação Civil do Brasil, Moreira Franco, afirmou que é preciso dar mais atenção à aviação geral e, também, ouvir atentamente aqueles que representam o setor: fabricantes de aeronaves e peças, escolas de aviação civil e empresários, além dos próprios pilotos. Segundo ele, não se pode prescindir dessa experiência .
E foi com essa experiência que Moreira Franco teve contato ao visitar a EAB Air Show 2014, em Maringá, no Estado da Paraná, uma das principais feiras de aviação civil da América Latina. O evento, realizado no Aeroporto Regional Sílvio Name Junior, em Maringá, reuniu representantes do vários estados brasileiros, além de países como Estados Unidos, França e Itália, e teve o objetivo de gerar negócios e debater as tendências do setor.
O comandante Décio Moreira, organizador da feira, reclamou, por exemplo, que “o transporte aéreo virou costeiro, passando a atuar principalmente nas cidades do litoral e se esquecendo do interior do País”. “Antigamente, eram 441 cidades atingidas pelo transporte aéreo no Brasil. Eu voava com um DC3, com capacidade para 26 passageiros, a 250 quilómetros por hora. Hoje, voa-se com 120 passageiros a mil km por hora, mas não é possível chegar a todos os cantos”, lamentou.
Já um dos diretores da empresa Edra Aeronáutica , Rodrigo Scoda, pediu que o controle de tráfego aéreo nos aeroportos funcione para ajudar a manter os aviões no ar e não para não deixá-los voar. Ele também solicitou a redução no preço do combustível para as aeronaves. “O combustível é responsável por 40% dos custos das empresas”, afirmou. Segundo Scoda, também é crucial o uso da aeronave leve esportiva no treinamento dos pilotos. “Isso impulsionaria a nossa indústria”, explicou.
O ministro ouviu atentamente os profissionais e investidores que representam o setor durante a visita aos estandes da feira que, a partir de agora, terá edição anual na cidade paranaense. Moreira Franco aproveitou para falar sobre as obras de melhorias previstas para o aeroporto, estimadas em 56,8 milhões de reais: ampliação e recuperação da pista de pouso e decolagens para 2.380m x 45m; ampliação da área contra incêndio para 110m; modernização das instalações e ampliação do terminal de passageiros para 4.285 metros quadrados; redirecionamento dos pátios das aeronaves; construção de nova taxiway; para melhorar a circulação do transporte de carga; e instalação do sistema ILS CAT I, de aproximação de instrumentos.
“Essas medidas que irão melhorar o Aeroporto de Maringá representam um fato novo. E tudo que anda em conjunto com esse processo pode ser considerado um fato consumado. Essa é uma ação de Estado. Começamos a melhorar o setor aéreo quebrando o monopólio de gestão de aeroportos, por exemplo. Assim, já vemos os nossos principais aeroportos brasileiros no nível dos melhores do mundo”, afirmou o ministro. “Nossa ideia, com o Plano de Aviação Regional, é deixar 270 aeroportos em condições de uso em todo o País e fazer com que 95% da população tenha acesso a um aeroporto a menos de 100 quilômetros de distância”, concluiu.
Polo Aeronáutico
Moreira Franco também felicitou o prefeito Carlos Roberto Pupin pelo lançamento do Polo Aeronáutico de Maringá. O polo prevê uma área reservada para a instalação de indústrias ligadas ao setor aéreo, como fábricas de peças e aeronaves de pequeno porte. A área que vai abrigar o polo foi obtida ao custo de 150 milhões de reais, utilizados na desapropriação de terrenos localizados em fazendas. O prefeito Pupin explicou que o município vai reaver o montante com a arrecadação de impostos, no projeto que pode ser considerado autossustentável.
“Vamos fazer um grande investimento no aeroporto de Maringá. Precisamos prepará-lo para ele se transformar em um grande centro de carga. O empreendimento deve estar vinculado a um conceito de mobilidade, com ferrovia e rodovia ao lado. O programa ainda contempla 15 aeroportos do estado”, disse Moreira Franco.
- Texto com base em matéria distruibuída pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República do Brasil
Sr. Moreira está mentindo, quando fala que foi quebrado o monopólio dos aeroportos. Eu quero construir um aeroporto para aviação comercial e não posso. Existe reserva de mercado.