Governo da Venezuela reteve hoje 1.500 aviões privados para fiscalização

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Cerca de 1.500 aviões particulares ficaram retidos de maneira “preventiva” em vários aeroportos da Venezuela nesta sexta-feira, dia 28 de Novembro, e impedidos de voar por ordem governamental.

A situação resultou de mais uma etapa do trabalho de fiscalização das autoridades aeronáuticas venezuelanas, através do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC), que desde o início deste mês tem estado a inspeccionar as empresas relacionadas com a aviação civil, quer as que realizam voos comerciais, quer todas as outras que prestam assistência nos aeroportos a companhias aéreas ou passageiros, e que, todas elas, necessitam de licença do INAC. A fiscalização tem recaído sobretudo na documentação e na observância das condições de segurança e no cumprimento das regras exigíveis que contemplam, também, a protecção do cliente.

Segundo uma nota das autoridades os aviões que foram impedidos de voar no dia de hoje, em sete aeroportos da Venezuela, apresentavam “documentos inconsistentes”, uma informação estranha, já que no fim do dia, sabe-se que apenas uma aeronave se apresentava de forma irregular. A operação secreta do governo, denominada ‘Céu Soberano’ proibiu a descolagem de cerca de 1.500 aeronaves, num dia que é dos de maior movimento, por ser fim-de-semana.

O presidente Nicolás Maduro afirmou que lançou “uma operação secreta às 05h00 da manhã” e que tinha tomado os aeroportos, estando na posse de 1.500 jatos privados, cuja história estava a ser verificada. Maduro falava numa cerimónia oficial, em Caracas, que assinalou 94 anos da Aviação Militar Bolivariana e os 22 anos da rebelião cívico-militar de 27 de Novembro de 1992 contra o governo do ex-presidente Carlos Andrés Perez.

“E assim lhes digo: corruptos temam porque o Corpo Nacional contra a Corrupção irá para as ruas e buscará vocês onde estiverem”, advertiu Maduro em verdadeiro tom de ameaça.

Com isso, o governo pretende usar “medidas contundentes” para exercer “mecanismos de controle e regulação” na aviação privada com foco na “erradicação” do tráfico ilícito de drogas, combater a corrupção e “neutralizar as ameaças constantes que cercam” o país.

O vice-presidente executivo, Jorge Arreaza, contou ainda que o plano estará presente em todos os terminais aéreos e é parte das recentes leis decretadas por Maduro desde o dia 19 de Outubro.

As medidas querem fortalecer a luta contra a “guerra económica e a corrupção”. De acordo com Arreaza, “esta é uma ação necessária, pois a liberdade nos voos e nos voos privados da Venezuela deve ser controlada pelo Estado”. Entre todos os aviões apreendidos apenas um apresentava “particularidades”, estando sem nenhuma autorização ou permissão para operações dentro do território nacional.

 

  • Foto reproduzida do jornal digital ‘La Patilla’

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