O grande problema das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) é financeiro, disse recentemente a presidente do Instituto de Gestão das Participações do Estado (Igepe), em declarações ao matutino ‘Notícias’, de Maputo, publicadas no passado dia 11 de janeiro.
Ana Coanai recordou ter o governo contratado uma empresa de consultoria para elaborar uma proposta de reestruturação financeira da transportadora aérea de bandeira, “estando nós a aguardar que nos sejam apresentadas algumas ideias sobre como resolver o problema.”
A presidente do Igepe adiantou que, sem haver uma reestruturação financeira, a LAM terá grande dificuldade em cumprir o seu objecto social.
Criada em 1975, após a extinção da DETA, (denominação da companhia na era colonial que resultava das iniciais do Departamento de Exploração de Transportes Aéreos dos Caminhos de Ferro de Moçambique), a LAM assumiu-se durante muitos anos como uma empresa estatal, sob tutela do Ministério dos Transportes e Comunicações.
Em Dezembro de 1998 foi transformada em Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada, adoptando a denominação de LAM, S.A.R.L, tendo desde então o Estado moçambicano passado a deter 80% das ações representativas do capital social, estando os restantes 20% nas mãos dos gestores, técnicos e trabalhadores da companhia.
A LAM anunciou em outubro de 2019 o regresso à Europa em março de 2020, com a realização de três voos semanais entre Maputo e Lisboa, capitais de Moçambique e de Portugal. Os voos serão realizados com recurso a um avião Airbus A340-300 da Hi Fly, companhia portuguesa de aluguer de aeronaves em wet lease, com quem a LAM assinou uma parceria para esta rota europeia. A lotação da aeronave é para 267 passageiros.
Este anúncio da LAM surgiu depois de ultrapassados os problemas que estiveram na origem da proibição da companhia aérea de voar no espaço aéreo da União Europeia, desde 2011, devido a “deficiências de segurança”.