O Governo Português admite recorrer à figura da requisição civil na TAP, caso as negociações com os sindicatos não garantam a desconvocação da greve geral, marcada para o final do ano. Segundo o semanário ‘Expresso’ apurou junto de fontes governamentais, o cenário mais extremo – requisição civil – está mesmo em cima da mesa se as negociações iniciadas esta sexta-feira, e que continuam na segunda-feira, não resultarem no cancelamento da paralisação.
Esta sexta, no final da reunião ocorrida no Ministério da Economia, o ministro António Pires de Lima deixou o aviso, ao garantir que “o Governo não deixará de tomar medidas para que o interesse das famílias e dos portugueses possam ser protegidos”.
“O ministério da Economia abriu a possibilidade, mediante cancelamento da greve, de se constituir um grupo de trabalho que procure trabalhar os pontos de preocupação dos trabalhadores da TAP”, afirmou António Pires de Lima, à saída da reunião com a plataforma sindical da transportadora aérea.
“Na segunda-feira ficámos de ter uma resposta por parte da plataforma sindical da TAP quanto à proposta que deixámos”, acrescentou o ministro.
Passos Coelho também já falou sobre a polémica. O primeiro-ministro defendeu esta sexta-feira no Parlamento que há dois caminhos para a recapitalização da TAP: a cisão em duas empresas, com o consequente despedimento coletivo, ou a privatização.
Na quarta-feira, a plataforma sindical da TAP, que reúne 12 sindicatos, anunciou a realização de uma greve depois do Natal e antes do Ano Novo, entre os dias 27 e 30 de Dezembro, em protesto contra a privatização da empresa.
“Os sindicatos subscritores decidiram desencadear todas as ações necessárias e suficientes, com destaque para uma ação industrial contínua e coordenada para os próximos dias 27, 28, 29 e 30 de Dezembro, para sensibilizar o Governo para a necessidade de travar o processo de privatização, oportunamente e nos termos anunciados”, referia um comunicado da plataforma sindical.
- Texto publicado pelo jornal semanário ‘Expresso’ em 13 de Dezembro de 2014.