GPIAAF confirma que avião ultraleve que caiu em Bragança perdeu uma asa

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O avião ultraleve que caiu no sábado, dia 16 de março, em Bragança, no norte de Portugal, sofreu uma “falha estrutural catastrófica da raiz da asa direita”, indica uma nota informativa (LINK) do acidente divulgado nesta terça-feira, dia 19 de março, em Lisboa, pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF).

“Na sequência da execução de um conjunto de manobras ainda por determinar, a aeronave sofre uma falha estrutural catastrófica da raiz da asa direita, levando a que esta seja projetada contra a canópia [vidro do cockpit] e separando-se totalmente da aeronave”, refere uma nota informativa publicada pelo GPIAAF.

O ultraleve, operado pelo Aero Clube de Bragança, descolou às 17h24 do Aeródromo Municipal de Bragança para um voo de recreio, com dois ocupantes e também sócios do aeroclube: um era instrutor desta categoria de aeronave, de 60 anos e conhecido empresário de Bragança, e o outro, um piloto, de 26 anos, que se encontrava em formação na TAP Air Portugal (LINK notícia relacionada). Ambos morreram no acidente.

“O voo tinha como objetivo a apresentação da aeronave, recentemente adquirida pelo Aero Cube [de Bragança], ao sócio e passageiro, conforme prática em vigor na coletividade”, refere o GPIAAF.

O alerta para o acidente foi recebido às 17h54, meia hora após a descolagem.

Após a falha estrutural na asa direita, acrescenta a nota informativa, e com o modelo Sport Cruiser UL “fora de controlo, e com elevada razão de rotação (rolamento) pela direita, provocada pela sustentação da asa esquerda, a aeronave inicia uma trajetória em espiral descendente”, imobilizando-se a quase quilómetro e meio da soleira da pista 20 do Aeródromo de Bragança.

“Os destroços principais ficaram espalhados por uma área com cerca de 9.000 m2 [metros quadrados], tendo sido encontrados fragmentos da canópia a 348 metros da posição final da asa direita da aeronave. Não foram encontrados quaisquer indícios de explosão ou incêndio no pré ou pós acidente”, descreve o GPIAAF.

 

A nota informativa conta que “durante o impacto da aeronave com o solo foram desenvolvidas forças de desaceleração que excederam largamente as tolerâncias humanas, sendo o acidente classificado como de impacto sem probabilidade de sobrevivência”.

O GPIAAF refere ainda que “todas as transmissões rádio efetuadas pelo tráfego em Bragança e durante o voo do acidente foram realizados ‘às cegas’, devido ao serviço de informação de tráfego deste aeródromo não estar ativo”.

Este organismo vai prosseguir com a investigação com vista à elaboração de um relatório final ao acidente.

 

  • A ilustrar esta matéria publicamos algumas imagens do estado em que ficou a aeronave que foram obtidas por António Pereira do jornal digital ‘Diário de Trás-os-Montes’, que cedeu ao ‘Newsavia’ direitos de publicação.

 

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