A comandante de linha aérea Irene Koki Mutungi, da Kenya Airways, voltou a ser notícia na semana passada, nos meios informativos do Quénia e nos sítios de Internet dedicados à aviação, nomeadamente os que acompanham este sector de actividade no continente africano.
Desta vez Irene Mutungi, que tinha sido em Abril passado a primeira mulher africana a comandar um Boeing 787 Dreamliner, conforme o ‘NewsAvia’ noticiou (Vide notícia publicada a 16 de Abril passado), liderou a tripulação da Kenya Airways que foi aos Estados Unidos buscar o quarto avião Boeing 787-8 Dreamliner. E mais: a comandante Irene sobressaiu numa tripulação totalmente feminina, quer no cockpit, quer na cabina. Uma oportunidade que só agora foi possível, pois a Kenya Airways acaba de colocar em linha de escala as primeiras duas co-pilotos habilitadas a voar no lado direito dos novos Dreamliners da companhia. Na quinta-feira passada, dia 28 de Agosto, no Aeroporto Internacional Jomo Kenyatta, em Nairobi, avião e tripulação tiveram direito a recepção especial, com arco de água pelos bombeiros da corporação aeroportuária.
A bordo do quarto B787 de bandeira queniana viajaram diversos directores e técnicos superiores da companhia que tinham se deslocado à Carolina do Sul, nos EUA, às instalações da Boeing, onde a aeronave foi entregue. Em Outubro a companhia receberá mais dois aviões do mesmo modelo, ficando com seis aeronaves de uma encomenda de nove que estará completa em 2015. A Kenya Airways está a voar com os Boeing 787-8 desde o início do ano para as principais capitais europeias e, nesta semana, anunciou a integração do novo avião na rota para a Joanesburgo, na África do Sul.
Não foi a primeira vez que a companhia queniana escalou tripulações totalmente femininas para os seus voos. Já o tem feito, em dias assinalados, noutros tipos de avião, onde já tem pessoal técnico feminino devidamente habilitado para tais desempenhos. No Boeing 787-8 Dreamliner foi esta a primeira vez. Aliás, a companhia tem feito um esforço muito grande em recrutar para os diversos departamentos da empresa mulheres, procurando dessa forma alinhar por padrões internacionais e procurando ultrapassar uma tradição africana dominada pelo sexo masculino nos empregos e cargos e funções técnicas superiores. Essas atitudes estão a mudar bastante nas últimas décadas, e hoje, em diversos países africanos tem sido excelente esse trabalho de consciencialização do papel da mulher na sociedade. E na aviação comercial isso também já se verifica e de forma crescente. Por exemplo, em várias companhias africanas de língua oficial portuguesa, casos de Angola e de Moçambique já encontramos comandantes e primeiros oficiais pilotos do sexo feminino. Assim como em Cabo Verde há também pilotos. Os números começam a contrariar uma tradição sexista, nomeadamente nos centros de decisão e nos cargos técnicos de responsabilidade. Ainda bem!
A comandante Irene Koki Mutungi é filha de um dos mais prestigiados pilotos da aviação comercial do Quénia, tendo sido comandante de vários modelos de aviões a jacto Boeing que equiparam a frota da Kenya Airways, onde foi Director de Operações de Voo (DOV). Irene nasceu a meio dos aviões e da aviação comercial e tirou o seu brevet muito jovem. Foi depois estudar para os Estados Unidos numa escola privada de aviação, regressando mais tarde a Nairobi, onde ingressou na companhia com a qual lida desde criança.
Very good news!