A LAM (Linhas Aéreas de Moçambique) anunciou na quarta-feira, dia 22 de junho, em Maputo, que vai suspender os voos diretos da capital moçambicana para Luanda, em Angola, a partir do próximo dia 1 de julho.
O comunicado divulgado pela companhia de bandeira de Moçambique, adianta que a decisão de suspender os voos entre Maputo e Luanda visa garantir maior rentabilidade à empresa, face à conjuntura económica difícil que Moçambique atravessa, na medida em que a rota tem registado diminuto número de passageiros e nunca foi rentável.
“Os voos diretos na rota Maputo/Luanda poderão ser retomados logo que as condições de mercado tornem isso possível”, lê-se no comunicado.
A LAM sugere aos seus clientes que continuem a utilizar a companhia nas suas ligações para Angola, através de um acordo de code-share com a TAAG – Linhas Aéreas de Angola, pelo qual os passageiros poderão viajar com escala em Joanesburgo, na República da África do Sul, fazendo o percurso dividido com voos da LAM e da TAAG, se bem que muito mais moroso. Essa possibilidade já existia, aliás, e tinha sido alargada no final do ano passado com um acordo que permitia a escala em Joanesburgo e Luanda para os moçambicanos que quisessem viajar para Portugal, para o Dubai e para o Brasil, por exemplo, nos voos intercontinentais da TAAG.
Os passageiros com voos marcados de e para Luanda desde Maputo, a partir de 1 de julho, serão redirecionados em voos da TAAG, via Joanesburgo.
Os voos diretos entre Moçambique e Angola, as duas maiores ex-colónia portuguesas em África, que ganharam a sua independência em 1975, começaram a ser feitos apenas em Novembro de 2010, então com uma única ligação semanal. A rota, segundo fontes ligadas ao sector, em Moçambique, nunca foi lucrativa, e os últimos Conselhos de Administração da companhia aérea aguentaram-na por motivos políticos, tendo em conta a importância da ligação entre os dois principais países de língua portuguesa em África.
Em Novembro de 2013 um acidente grave abalou a LAM, precisamente na rota entre o Aeroporto Internacional de Mavalene, em Maputo, e o Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda. O Embraer 190 que fazia o voo, com 27 passageiros e seis tripulantes a bordo, caiu sobre território da Namíbia, tendo a comissão de inquérito apurado que o desastre se deveu a uma intenção deliberada do comandante da aeronave em cometer suicídio. Registou-se a perda total da aeronave e a morte de todos os ocupantes.