Foi com uma descolagem suave e sem surpresas, a partir de Hamburgo, na Alemanha que subiu aos céus pela primeira o novo Airbus A321neo na manha do passado dia 9 de Fevereiro.
A aeronave com o registo D-AVXB, foi pilotada pelos pilotos de testes da Airbus, Martin Scheuermann e Bernardo Saez Benito Hernandez, acompanhados no cockpit por Gérard Leskerpit engenheiro de testes.
Na cabine a monitorizar toda a telemetria estava Sandra Bour Schaeffer e Emiliano Requena Esteban, também engenheiros de testes da Airbus.
O voo teve a duração de cinco horas e vinte e nove minutos, onde foram testadas variações de velocidade dos motores (altas e baixas), comportamento de sistemas de avionicos, tudo de modo a poder testar o envelope de voo do novo Airbus A321neo que promete ganhos energéticos, e de eficiência na ordem dos 20%, comparativamente aos A321 atuais.
É o maior dos Airbus de corredor único e uma das apostas mais fortes para os próximos anos que a companhia europeia faz, sobretudo na prevista e muito falada versão LR (long range) desenhada a pensar nas características ideais para a substituição dos Boeing 757 que muitos operadores que ainda voam.
Estará a Boeing a perder a corrida?
O desenvolvimento de novos modelos ou upgrades, na última década tem passado ao lado do segmento de narrow bodies (aviões de corredor único) com as capacidades do B757. Tanto a Airbus como a Boeing gastaram biliões no desenvolvimento de aeronaves wide bodies (duplo corredor) como os 787 Dreamliner, 777X ou o A350, enquanto que os modelos com menos capacidade têm sofrido ligeiras alterações ou up grades, na estética e aerodinâmica (introdução de sharklets na Airbus, e de slip scimitar nos Boeing) e em novas motorizações mais potentes e eficientes em termos de consumo.
Até agora, nenhum dos modelos anunciados foi capaz de rivalizar com B757.
O A321neo , fica agora mais perto com um alcance de 3.650 milhas náuticas (6.760 km), comparativamente com o 737-900 Max, 3.595 milhas (6.658 km).
Contudo os números ficam aquém do alcance de 3.900 milhas (7.200 km) que o 757-200ER está certificado a voar sobre água, podendo chegar até às 4.100 milhas (7.600 Km) na versão 757-200W graças a instalação de winglets pela ‘Aviation Partners Boeing’.
A versão A321LR terá um peso máximo à descolagem de 97.000 kg e será capaz de fazer mais 100 milhas náuticas, ou seja 3750 milhas, mas com mais eficiência, cerca de 27% especulam os analistas. A cabina padrão deverá ter 164 assentos em classe económica e 20 lugares em classe executiva.
Ver comparativo – A321neo e Boeing 757 – AQUI
O que significa “neo”?
A321”neo”, significa New Engine Option, já que este modelo apresenta também modificações e evoluções nos motores.
Este modelo de teste, o A321 vem equipado com os novos motores LEAP da CFM.
LEAP significa um passo à frente, e foi este compromisso que a CFM, marca que simboliza a reunião de dois gigantes da aviação a Snecma e GE, se propôs a conseguir.
Esta versão de nova geração mais potente e económica do lendário motor CFM56 que podemos ver na maioria de todos os Airbus da família A320 e Boeing 737.
O LEAP-1A foi certificado em 2015 e oferece aos operadores A320, uma performance excecional em termos técnicos, económicos e ambientais, com cerca de 15% de redução em consumo de combustível e de emissões de gases poluentes, em relação ao modelo anterior (CFM56).
O LEAP-1A apresenta ainda uma redução em 50% nas emissões NOx e cumpre com os requisitos mais exigentes de abatimento de ruído (ICAO capitulo 14) aumentando a sua capacidade de operação em aeroportos com restrição de ruído.
Aplicações LEAP-1A: Airbus A319neo, Airbus A320neo, Airbus A321neo
Potencia Max de descolagem : 35,000 kN
Bypass ratio : 11
Diâmetro do ventilador em polegadas : 78
Número de ventiladores/estágios de compressão /baixa pressão/alta pressão : 1+3+10
Entrada em serviço– 2017