A SATA espera resolver a breve prazo os problemas criados pela falta de tripulantes qualificados nos seus voos com aviões da frota A310. Esse facto tem tido uma influência importante nas ligações de Portugal para a América do Norte, ao ponto de provocar constrangimentos muito grandes, quer suscitando atrasos e desconforto entre os passageiros, quer suscitando outras perdas representadas pelas despesas acrescidas com o imprevisto fretamento de aeronaves a outras companhias.
Luís Parreirão, presidente do Conselho de Administração da SATA disse na quinta-feira, dia 26 de Julho, que a partir de meados de Julho estarão resolvidos os problemas de falta de tripulação nos voos da companhia aérea para a América do Norte, anuncia hoje a imprensa do arquipélago.
Segundo Luís Parreirão, que falava durante uma audição no parlamento dos Açores, o aumento “significativo” das ligações da SATA aos Estados Unidos da América e ao Canadá, este ano, exigiram a promoção de oito pilotos da empresa da frota dos A310 para os A320, processo que tem alguma “complexidade” e “morosidade”.
Por outro lado, em simultâneo, e de forma “imprevista” e “imprevisível”, a SATA Internacional (que faz as ligações a destinos fora do dos Açores) ficou sem nove pilotos por reformas por invalidez, licenças de paternidade, doença e mudança para outra empresa, acrescentou.
Estes problemas ao nível dos recursos humanos estarão resolvidos a 15 de Julho, com “a entrada em linha” de todas as novas tripulações, assegurou, acrescentando que, no entanto, esta não é a única razão para as perturbações que se têm verificado em voos para a América do Norte, numa referência a avarias e problemas com os aviões.
A frota da SATA Internacional já “tem uns anos”, sublinhou, referindo que a empresa privilegia sempre a segurança. A este propósito, disse que a renovação da frota não é premente, mas revelou que a empresa já pediu estudos a entidades “credíveis” e “independentes” para planear a substituição dos actuais aviões.
Parreirão sublinhou que, no entanto, os voos com perturbações nos últimos meses representam menos de 2% do total, considerando “desproporcionado” concluir que há “uma degradação irreversível” do serviço prestado pela companhia.
Mas o deputado do PCP, Aníbal Pires, considerou que, não estando em causa a opção de aumentar as ligações à América do Norte, a SATA avançou com a decisão sem ter meios para a concretizar, criticando a falta de planeamento no recrutamento de mais recursos humanos.
O administrador defendeu, em sintonia com o que tem afirmado o executivo açoriano, que a vocação da SATA Internacional é ligar os Açores ao continente e às comunidades açorianas emigradas na América do Norte. Tem ainda a missão de captar fluxos turísticos para o arquipélago, acrescentou.
A SATA Internacional teve prejuízos de 15,7 milhões de euros em 2013, mas Luís Parreirão considerou que a situação é reversível, a médio prazo, dizendo que apresentará um plano de negócios para três a cinco anos dentro de alguns meses.
Já o secretário regional dos Transportes do Governo dos Açores, Vítor Fraga, ouvido na mesma audição, disse aos jornalistas no final que não está em causa “a continuidade” da SATA Internacional, que disse ter “um papel fundamental” no desenvolvimento da região, dando como exemplo os proveitos de 46 milhões de euros do turismo no ano passado, originados pelos turistas que a empresa transportou para as ilhas.
Em relação ao futuro, lembrou que o executivo, que é o único accionista da empresa, deu indicações à administração para serem abandonadas todas as rotas deficitárias sem ligação ao arquipélago.
O PSD, na oposição nos Açores, considerou que a SATA avançou para algumas rotas “ruinosas” por decisão do executivo regional, considerando haver “ingerência” política na administração da empresa, em diversas matérias, o que Vítor Fraga negou, desafiando os sociais-democratas a “materializarem” as acusações.
- Texto baseado em artigos publicados na imprensa açoriana, e, nomeadamente, da agência noticiosa Lusa