O novo aeroporto internacional da Cidade do México, apresentado nesta quinta-feira, dia 04 de Setembro, com toda a pompa e circunstância, é uma obra futurista, com características únicas, e assume-se, desde já, como um dos três maiores do Mundo.
O projecto tem a assinatura do arquitecto inglês Norman Foster, considerado um dos génios da arquitectura contemporânea, autor dos projectos dos aeroportos de Pequim e de Hong Kong, ambos na China, entre outras obras relevantes, como a Ponte do Milénio, em Londres, com a qual ganhou o Prémio Pritzker, em 1999.
Norman Foster desenvolveu a sua ideia para um novo aeroporto em parceria com o também conceituado arquitecto mexicano Fernando Romero e com a consultora holandesa ‘Netherlands Airport Consultants’.
Juntos, idealizaram um modelo de aeroporto que pretende ser uma obra emblemática para o futuro e simultaneamente “uma celebração à monumentalidade da arquitectura mexicana”. Na base da ideia está o brasão do México, composto por uma águia com uma serpente no bico, figura de simbologia libertadora, que remonta ao tempo dos Astecas (povo índio colonizado pelos espanhóis).
O governo mexicano justifica a construção de uma nova e maior infra-estrutura aeroportuária com o facto do actual Aeroporto Benito Juarez ter esgotado todas as capacidades e não ter por onde se expandir, devendo dar lugar a uma nova zona verde e habitacional.
Actualmente, o aeroporto da Cidade do Mexico movimenta 32 milhões de passageiros por ano, tem duas pistas (que não funcionam em simultâneo) e 96 lugares de estacionamento para aeronaves.
Na primeira fase, o novo aeroporto internacional, implantado num terreno com 4.430 hectares (quase seis vezes mais que o actual), vai ter capacidade para movimentar 50 milhões de passageiros, terá três pistas a operar em simultâneo e permitirá 550 mil operações por ano.
E porque é uma obra feita a pensar no futuro, no limite das suas capacidades poderá ir até aos 120 milhões de passageiros por ano, terá seis pistas a operarem em simultâneo e um milhão de operações por ano.
De acordo com o arquitecto, será uma infra-estrutura sustentável, do ponto de vista energético, pensada para tirar o máximo proveito das boas características climatéricas do México; luz natural e temperatura do ar.
A escolha do terreno dependeu de estudos geotécnicos que procuraram acautelar questões relacionadas com os sismos e a humidade do solo.
O novo aeroporto integra um plano de desenvolvimento global que visa transformar a capital mexicana numa cidade policêntrica, articulada e funcional. Um dos aspectos contemplados é o da mobilidade.
A infra-estrutura vai implicar um investimento de cerca de 10 mil milhões de dólares (cerca de 7,6 mil milhões de euros), sendo que 52% da obra é financiada pelo governo e 48% por privados.
No quadro da transparência que pretende dar a esta gigantesca operação, o governo mexicano criou um site específico para o novo aeroporto (www.aeropuerto.gob.mx) através do qual se compromete a partilhar toda a informação com os cidadãos, relativamente à construção e financiamento do projecto.
A sessão de apresentação do projecto de Norman Foster contou com a presença do Presidente do México, Enrique Peña Neto. Da monumentalidade e da genialidade do projecto falam as imagens que aqui partilhamos com os nossos leitores.