A ‘Ryanair Holdings plc’, grupo de empresas aéreas de transporte de passageiros em regime de baixo custo lideradas pela companhia irlandesa Ryanair, perdeu no primeiro semestre deste ano (abril a setembro pelo plano contabilístico utilizado nos países anglo-saxónicos) 197 milhões de euros, muito acima das piores previsões dos seus gestores. O tráfego caiu 80% para 17 milhões de passageiros (86 milhões no mesmo período de 2019).
A maior grupo de transporte aéreo low cost da Europa prevê para 2021 uma queda de, pelo menos, 50 por cento nas suas vendas e já advertiu o mercado, num comunicado de imprensa distribuído nesta segunda-feira, dia 2 de novembro, que “a crise está a agravar-se”. A previsão de transporte de passageiros para o próximo exercício anual é de 38 milhões de passageiros, número que não será atingido no corrente ano contabilístico, em que alcançar 30 milhões já será uma perspectiva muito otimista (1 de abril de 2020 a 31 de março de 2021).
Esta foi a primeira vez que a Ryanair declarou prejuízos após uma temporada de Verão, o que resulta da paragem forçada de diversas rotas devido à pandemia de covid-19.
Em 2021, a Ryanair espera manter em funcionamento as quatro companhias aéreas que integram o seu portefólio, com certificados de operadoras aéreas registados na Áustria, Irlanda, Malta e Polónia. Outra empresa, registada recentemente, a Ryanair UK, estará apta a concorrer no mercado britânico, beneficiando de todos os acordos de tráfego aéreo que o Reino Unido venha a assinar com outros países, na sequência do Brexit. Esta companhia irá empenhar-se ainda na construção de uma rede de voos domésticos entre aeroportos das quatro nações que integram o Reino Unido – Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales.
No comunicado distribuído sobre as contas dos primeiro semestre contabilístico, a Ryanair, diz que espera receber o primeiro Boeing 737 MAX-8, com novos reajustamentos técnicos, no início de 2021, contando estar a voar com cerca de 30 unidades deste modelo no Verão do próximo ano.
A Ryanair confirma que os aviões que serão entregues à companhia serão da série 200, configurados especialmente para a low cost europeia, com mais quatro por cento de assentos. Com a nova frota de B737 MAX200 a Ryanair estará apta a transportar até 200 milhões de passageiros/ano dentro dos próximos cinco a seis anos, com uma redução significativa de custos e da pegada ecológica da companhia.