O Governo da República de Cabo Verde estabeleceu uma meta de seis meses para que a companhia aérea nacional TACV, recuperada do parceiro estratégico, volte a pôr os aviões a voar, anunciou o ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos.
O governante, que falava nesta sexta-feira, dia 3 de setembro, aos jornalistas no final do II Fórum Mundial sobre Investimento Turístico em África, disse que o executivo está a trabalhar com o Conselho de Administração da TACV, recentemente eleito, para criar as condições para ter o novo plano de negócios e pôr, de novo, os aviões da companhia de bandeira a voarem.
“É essa a nossa ambição, é esse o nosso objectivo e pretendemos fazê-lo com a urgência necessária porque a TACV é uma peça essencial da estratégia de desenvolvimento da plataforma aérea que pretendemos montar em Cabo Verde e mais propriamente na ilha do Sal”, esclareceu.
Carlos Santos realçou que essa plataforma é, de facto, um dos pilares daquilo que é a visão e ambição do Governo em matéria de desenvolvimento do país.
“Sem termos conectividade, sem olharmos para fora, não será com o mercado interno que almejamos desenvolver e o crescimento do país. Temos de contar com o mercado externo e para isso temos de ter a plataforma a funcionar, o contacto com exterior para que as coisas aconteçam e para que possamos aumentar o nosso mercado”, explicou.
Questionado para quando os voos da TACV serão retomados, Carlos Santos precisou que o Governo deu um prazo de até seis meses para pôr os aviões a voar.
“É esta a nossa vontade e é com este objectivo que nós continuamos a contar”, afirmou.
No início do mês de julho passado, a TACV, que adquiriu o nome comercial de Cabo Verde Airlines (CVA), voltou ao controlo do Estado por decisão do governo, após a venda de 51% a investidores islandeses em 2019, e a meados de Agosto a assembleia-geral elegeu o novo conselho de administração, liderado por Sara Pires.
Companhia portuguesa TAP acusada de estar a explorar os cabo-verdianos
Também nesta sexta feira, dia 3 de setembro, o presidente da Câmara de Comércio de Sotavento, Jorge Spencer Lima, disse que, por conta da falta de uma companhia de bandeira, a TAP Air Portugal, tem estado a explorar os cabo-verdianos cobrando entre 1.700 e 1.800 euros, quase 200 mil escudos cabo-verdianos, por uma viagem de três horas e meia.
Por isso, Jorge Spencer Lima pediu, ao Governo para tomar as medidas necessárias para agilizar a operacionalização da TACV (Transportes Aéreos de Cabo Verde), para que o país possa ter a oportunidade de dar a volta a esta situação que classificou de “extorsão” aos cabo-verdianos.
- Texto distribuído pela INFORPRESS – Agência Cabo-verdiana de notícias
- Foto de abertura © Hugo Guerra Spotter