Depois das saídas e das reduções de voos por parte de algumas companhias internacionais na rota de Venezuela, a TAP ponderou o seu futuro na linha e obteve algumas garantias de que no caso da companhia portuguesa poderá haver complacência das autoridades de Venezuela, quanto à exportação para Portugal das divisas obtidas nas vendas de passagens aéreas, com taxas satisfatórias e por um processo mais célere do que tem acontecido até agora. Por isso a TAP decidiu continuar a voar para Caracas e passará o número de frequências de três por semana para um voo diário na alta do Verão, com partidas de Lisboa, Porto e Madeira. Mais um do que em 2013, em cujo Verão teve seis viagens de ida e volta.
Fontes ligadas ao processo, que lidam com os processos de intercâmbio e de cooperação entre os dois países, explicaram ao ‘NewsAvia’ que no meio de um certo descontrolo económico que se vive hoje em Venezuela o Governo Bolivariano liderado por Nicolas Maduro tem uma grande consideração pelo Governo Português e pelas empresas lusitanas que garantem a continuidade da execução de diversos projectos e empreendimentos públicos em Venezuela, que nos últimos três anos quase atingem 10 mil milhões de dólares norte-americanos de receita para os cofres de Lisboa.
Por outro existe na Venezuela uma imensa colónia portuguesa que juntamente com descendentes e familiares está avaliada em cerca de um milhão e 200 mil pessoas, cujo contributo para a economia do País é também importante, dado que os portugueses e luso-descendentes, de uma forma geral, estão relacionados com actividades vitais para a economia em Venezuela, se bem que, no global, sejam pessoas que vivam uma situação sócio-política muito difícil, face ao clima de grande conflituosidade que se observa nos principais estados da nação bolivariana.
A notícia do reforço dos voos da TAP para Caracas foi divulgada ao fim da noite de ontem, quinta-feira, através de um despacho da agência noticiosa TAP, em Lisboa. Assim, a companhia portuguesa irá passar, progressivamente, de três para sete voos semanais durante a próxima época alta de Verão.
“Vamos aumentar a frequência, dentro do planeamento normal que já tínhamos para este ano, passando de três para quatro voos a partir de 1 de Junho, de quatro para cinco a partir de 1 de Julho, de cinco para seis a partir de 7 de Julho e a partir de 11 de Julho efectuaremos um voo diário até 30 de Setembro”, disse a fonte da TAP à Lusa.
A mesma fonte precisou que, a partir de 1 Junho, haverá voos às terças, quartas, sábados e domingos e em Julho passará também a haver às sextas-feiras, depois às segundas-feiras e depois todos os dias.
“Já está publicado, os agentes têm conhecimento, estão abertas as vendas, não há restrição nenhuma. No planeamento para este ano, a diferença relativamente ao ano passado é que vamos ter um voo diário, que não tínhamos, portanto há um aumento de capacidade efectiva”, frisou.
Por outro lado, precisou que a taxa de ocupação dos voos da TAP entre Portugal e a Venezuela para os próximos meses ronda os 100% e que “os voos estão garantidos”.
Sobre o anúncio do Governo venezuelano de alteração da cotação do bolívar com relação ao solar, explicou que “houve alarme nos primeiros dois dias após a saída das notícias, com muita gente a ligar e a aparecer, mas depois normalizou-se”. “No nosso caso, já temos os voos praticamente todos reservados neste período de alta procura dos nossos clientes. A comunidade portuguesa já reserva com antecedência bastante grande, de seis, sete e oito meses”, disse.
Sobre as dificuldades das linhas aéreas para efectuar o repatriamento de capitais correspondentes à venda de bilhetes (na sequência do controlo cambial em vigor, que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país), a mesma fonte mostrou-se esperançada numa pronta normalização da situação.
Nos últimos dois anos a rota Portugal-Venezuela foi considerada por responsáveis da TAP, incluindo o seu presidente, como uma das mais rentáveis da companhia.
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