A TAP Air Portugal contratou um avião da companhia portuguesa Hi Fly (Grupo Mirpuri), em regime de ACMI (avião, tripulação, manutenção e seguros), para operar as rotas de Punta Cana (República Dominicana), Varsóvia (Polónia) e Viena (Áustria) durante “um mês”, reduziu o número de voos em alguns destinos, bloqueou vendas adicionais e reforçou a equipa com 70 tripulantes de cabina até ao final do verão. Estas são algumas das medidas lançadas para travar os atrasos e cancelamentos dos voos, refere nesta segunda-feira, dia 11 de julho, o ‘Jornal de Negócios”.
A TAP assume assim a situação de “disrupção” e diz que tem 40% dos voos com atraso que provocam “consumo de recursos adicionais” e “cancelamentos”. Atrasos que a companhia – em carta interna assinada pela Comissão Executiva a que o ‘Negócios’ teve acesso – diz que “têm origem no controlo de tráfego aéreo e no handling”, tal como acontece “noutros aeroportos europeus”.
Sem revelar o número de atrasos e de cancelamentos, para “mitigar os desafios” e tentar travar os atrasos e cancelamentos dos voos, a TAP lançou oito medidas para “rapidamente” melhorar a operação.
Segundo a carta a que o ‘Negócios’ teve acesso, foi celebrado um contrato com a Hi Fly em regime de ACMI por um prazo de “um mês” para operar “nas rotas de Punta Cana (rota sazonal), Varsóvia e Viena (potencial adicional de carga)”. Desta forma, acredita a TAP, será “libertado avião para recuperar atrasos e cancelamentos”.
Além disso, a companhia está a reduzir o número de voos em alguns destinos, através de “um ajuste” da capacidade e está em curso um “bloqueio de vendas adicionais, por forma a ter espaço para reacomodar os passageiros com voos cancelados”, lê-se no documento.
Houve ainda, segundo a carta da Comissão Executiva, “um reforço da operação com 70 tripulantes de cabina até ao final do verão, para fazer face ao pico de absentismo e consumo de recursos pela disrupção atual”.
Para os funcionários “será lançado um programa para premiar o esforço” dos operacionais e a TAP diz que “está em discussão” a entrada em regime de full time dos técnicos de manutenção e de engenharia, o que “permitirá reforçar a operação”.
No documento lê-se ainda que a NAV e a Força Aérea Portuguesa “implementam hoje um protocolo para a otimização do uso do espaço aéreo e consequente redução dos atrasos por controlo de tráfego aéreo”.
Por fim, a TAP salienta que a Groundforce – que está em processo de venda – “desencadeou um plano de contingência para reter e recrutar mais trabalhadores e equipamentos”.
Estas são algumas das medidas desenhadas por um grupo de trabalho interno e que a companhia diz já estarem no terreno para travar os atrasos nos voos e os cancelamentos.
A TAP aproveita ainda para dizer que não é a única companhia da Europa “com grandes índices de disrupção”, salientando que há outras companhias e aeroportos “ainda mais afetados”, que apresentam “cancelamentos duas ou três vezes superiores aos da TAP e aos do Aeroporto Humberto Delgado”.
- Na imagem de abertura vemos um Airbus A330-900neo da Hi Fly. Foto © José Luís Freitas