O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) disse nesta segunda-feira, dia 21 de novembro, que a TAP apresentou uma proposta aos tripulantes de cabina, que têm uma greve marcada, mas que exigiu que fosse analisada até terça-feira, algo que o sindicato diz não ter condições para fazer.
Num comunicado enviado aos associados, a que a agência de notícias ‘Lusa’ teve acesso, a direção do SNPVAC adiantou que esteve, nos dias 15 e 16 de novembro, “reunida com a Administração da empresa, com o intuito de solucionar o diferendo existente entre os tripulantes e a TAP”, sendo que estes profissionais convocaram uma greve para os dias 08 e 09 de dezembro.
Segundo a mesma nota, “após dois dias intensos de reuniões – onde de forma construtiva ambas as partes procuraram soluções para sanar o diferendo – a TAP formalizou uma proposta no dia 18 de novembro”.
“Apesar de ser uma proposta que considerámos de imediato insuficiente – já que a empresa não abdica de certas posições –, seria nossa intenção levá-la à consideração dos Associados na AG [assembleia geral] de dia 6 de dezembro”, referiu o SNPVAC, indicando que, no entanto, “juntamente com a formalização da mesma, veio um ultimato ao SNPVAC de que, ou existia uma antecipação à auscultação dos seus associados até dia 22 de novembro [terça-feira], ou então não faria sentido a proposta negociada ser formalizada”.
De acordo com a estrutura sindical, “foi explicado à administração que, estatutariamente, não existem condições para essa antecipação, pelo que a AG de dia 6 de dezembro será realizada, com ou sem proposta”, acrescentando que o sindicato esclareceu “nas reuniões mantidas com a empresa que cabe à Assembleia Geral aprovar, ou não, a proposta final da TAP sobre as matérias em diferendo” sendo que “o prazo mínimo para a sua convocação, ainda que de natureza emergente, é de 8 dias consecutivos, com publicação obrigatória num dos jornais de maior tiragem onde se realizar a AG”.
“Deste modo, não entendemos esta exigência da empresa à pretensão de ‘auscultação dos nossos associados, por forma a garantir até, no limite, às 18:00 do dia 22 de novembro de 2022 uma resposta do Sindicato à proposta negociada e a ser formalizada pela TAP'”, destacou, reiterando “assim a impossibilidade estatutária de a obter nesse prazo”.
“Enaltecemos a preocupação que a TAP demonstra com os seus passageiros agora, ao contrário do que aconteceu em julho deste ano”, referiu, adiantando que “o facto de a TAP já assumir a greve, ainda antes da oficialização do pré-aviso da mesma, é a demonstração cabal que a empresa percebeu a insatisfação latente da classe, a sua união e a sua adesão à greve”.
No entanto, “perante a formalização da proposta e das condicionantes que a empresa colocou, cabe à TAP decidir se pretende que a direção do SNPVAC apresente uma folha em branco aos seus associados e daí assumir as possíveis consequências futuras”, avisou, referindo que “os tripulantes saberão interpretar os acontecimentos dos próximos dias” e assegurando que “cabe à empresa a lucidez para solucionar este diferendo”.
“Os valores avançados pela TAP não são mais do que suspensões unilaterais à margem do Acordo Temporário de Emergência”, disse ainda o SPNVAC, lamentando que, “a mais de três semanas da greve, a TAP dê por encerrado qualquer esforço” para chegar “a um consenso”.
“Por muitos esforços da TAP em nos imputar as consequências da greve, relembramos que esta é da exclusiva responsabilidade da empresa, que não percebeu a insatisfação crescente dos tripulantes”, adiantou.
“Manifestamos novamente a nossa recusa da atual proposta e reforçamos a nossa inteira disponibilidade para solucionar este diferendo; não só de forma bilateral, como em sede das entidades competentes para o efeito”, rematou.
A TAP informou os clientes que vai permitir a alteração das datas dos voos marcados para 8 e 9 de dezembro, sem qualquer penalização, por coincidirem com o período de greve dos tripulantes de cabina.