As companhias aéreas comerciais estão proibidas de transportar passageiros russos para aeroportos da República da Geórgia, a partir do próximo dia 8 de julho, determina um decreto assinado nesta sexta-feira, dia 21 de junho, pelo presidente da Federação Russa, Vladimir Putin.
Segundo uma fonte do gabinete de Putin, o decreto aconselha os operadores turísticos e agentes de viagem a absterem-se de oferecer viagens que envolvam a transferência de cidadãos russos para a Geórgia.
O decreto visa “garantir a segurança nacional da Rússia e a proteção dos cidadãos russos contra ações criminosas ou ilegais”.
Putin instruiu o governo russo a tomar medidas para garantir o retorno de cidadãos russos que se encontrem temporariamente na Geórgia, bem como as respetivas bagagens.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, em conjunto com outros organismos, deve coordenar com as autoridades georgianas as ações destinadas a garantir a segurança dos cidadãos russos e o seu regresso à Rússia.
A Geórgia viveu nesta sexta-feira o segundo dia de confrontos, depois de uma manifestação da oposição perto do Parlamento contra a participação de uma delegação parlamentar russa, liderada pelo deputado Sergey Gavrilov, na XXVI Sessão Geral da Assembleia Interparlamentar Ortodoxa.
De acordo com a polícia georgiana, durante os confrontos de quinta-feira, 305 pessoas foram detidas por “autoria de vários crimes”, incluindo a destruição de veículos policiais e particulares, a destruição de bens privados e a resistência a agentes da polícia.
O protesto, segundo os seus organizadores, foi causado pelo facto de o deputado russo se ter sentado na cadeira do presidente da assembleia, durante a cerimónia de abertura do evento, o que foi interpretado como uma ofensa pela oposição.
A Geórgia rompeu relações diplomáticas com a Rússia após uma guerra em 2008 na região separatista da Ossétia do Sul, que terminou com a vitória russa.
A Rússia e a Geórgia travaram uma guerra em 2008, no final da qual Moscovo reconheceu a independência de duas repúblicas separatistas da Geórgia, a Abkházia e a Ossétia do Sul, territórios que, para as autoridades georgianas, já estavam sob ocupação russa.