Dezenas de entusiastas da aviação marcaram presença na passagem do Douglas DC-3 Dakota ZS-NTE pelo Aeródromo Municipal de Cascais, Portugal, no dia 3 de junho. A escala desta aeronave histórica em Portugal faz parte de um longo percurso que teve início em Joanesburgo, África do Sul, a 26 de maio, com destino a Saarbrucken, Alemanha para ser entregue ao novo proprietário.
São mais de 70 anos a voar por vários continentes. Uma história que começa nos EUA, na década de 40, a servir a Força Aérea Norte-americana (USAAF), depois na Royal Air Force (RAF) e mais tarde na South African Air Force (SAAF) onde se manteve até 1995. Em 2002 este Douglas DC-3 Dakota foi comprado por uma empresa privada dedicada ao restauro de aeronaves vintage, que tudo fez para voltar a pôr nos céus este clássico da aviação.
“Esta aeronave é um bocado do meu coração e faz parte do meu ADN”. É assim que Flippie Vermeulen, comadante e CEO da Springbok Classic Air, descreve uma das aeronaves que mais gosto lhe deu a recuperar e que leva agora até à Alemanha para ser entregue ao seu novo proprietário. Nesta que é a última viagem enquanto comandante do Dakota ZS-NTE, destaca toda a preparação logística e dificuldades encontradas para um percurso de mais de 10.000 km, desde Joanesburgo até Zweibrücken. “Esta não é uma aeronave qualquer. Estamos a falar de um avião capaz de atingir uma velocidade máxima de 320 quilómetros por hora e que revolucionou o transporte de passageiros na década de 40 do século XX. Tendo em conta a sua autonomia de 3.240 Km é obrigatório efetuar escalas técnicas, de manutenção e limpeza do aparelho”.
A passagem por Cascais, Portugal, deu-se a 3 de junho, um dia inesquecível para os amantes da aviação que tiveram a oportunidade de ver um Dakota com mais de 70 anos e em perfeito estado a aterrar no Aeródromo Municipal. Carlos Tomaz, presidente do Vintage Aero Club, não deixou passar esta oportunidade de ver um avião semelhante ao que foi recuperado pelo grupo de voluntários que preside e que se encontra em exposição no Museu de Ar, em Sintra. “Nós estamos aqui porque soubemos que o avião iria passar por Cascais e nós como voluntários viemos aqui ajudá-los na limpeza da aeronave e partilhar desta grande paixão que é a aviação”. Para Carlos Tomaz esta é também um bom momento para trocar ideias com a tripulação do DC-3 sul africano, uma vez que deram início ao restauro de outro avião deste tipo. “Avizinham-se colaborações futuras mas não nos podemos esquecer que tudo isto funciona em regime de part time.
Um dia que se tornou memorável para alguns, não apenas com a passagem do avião por Portugal, mas pela oportunidade única de poderem voar num avião com tantos anos de história. A equipa da NewsAvia pode viver e registar esse momento pela lente de André Garcez. O Dakota ZS-NTE descolou de Cascais na sexta-feira, 5 de junho, rumo à Alemanha fazendo uma escala em Avignon.
Texto : Rute Lacerda
Fotos : André Garcez
Muito bonito de ver e confirmar que algumas Aeronaves com estória não são consideradas lixo . Ao que julgo saber a SAAF modificou vários Dakota que agora estão equipados com Turbo-Helice ,é também o caso deste ou aquilo que me parece ver na foto (um motor em estrela) está correcto ?.
na AFRICA do SUL. vi avião DAKOTA,DC3, equipados com motores turbo helice
com70 ,anos ainda voa e bem
tem a minha idade