A Wataniya Airways, com sede no Kuwait, é mais uma companhia aérea que deixa de voar este ano, juntando-se a outras que já abriram falência devido a dificuldades financeiras.
A Direção-Geral de Aviação Civil do Kuwait anunciou neste sábado, dia 8 de dezembro, que cancelou o Certificado de Operador Aéreo (COA) à companhia Wataniya Airways.
A decisão das autoridades reguladoras surge no final de um prazo de três meses que foi dada à administração da empresa aérea para reorganizar o seu departamento de Operações, face a inúmeros atrasos, com passageiros abandonados em diversos aeroportos asiáticos e europeus, no Verão passado. A ordem já tinha sido emanada pela autoridade reguladora no dia 5 de setembro. Contudo, a Wataniya Airways solicitou o adiamento por 90 dias a decisão, enquanto a empresa resolvia os seus problemas que acabaram por não ser apenas operacionais. Para fazer o serviço programado a companhia precisava de oito aviões e estava a trabalhar com apenas quatro Airbus A320. Uma falha devido a algumas imprevisíveis avarias, situação que se agravou com a falta de financiamento, que não chegou, nem dos acionistas, nem da banca.
A Wataniya Airways começou a voar em 2009, aproveitando a decisão das autoridades do Kuwait que, em 2003, decidiram abrir o mercado a mais companhias aéreas no País. A ‘primeira vida’ da empresa durou pouco, tendo encerrado em 2011. Em julho de 2017 um outro grupo de investidores árabes retomou a companhia que voltou a voar, utilizando uma frota de quatro aviões de passageiros em rotas de médio curso.
Tudo parecia seguir bem, até ao Verão deste ano. Em novembro de 2017, durante o Salão Internacional do Dubai, a Airbus e a Wataniya Airways, esta mediada pela empresa de leasing ‘Golden Falcon Aviation’, anunciaram a assinatura de um memorando de entendimento para a aquisição de 25 aviões Airbus A320neo, uma encomenda que acabou por ser confirmada no Salão Internacional de Farnborough, no Reino Unido, em julho deste ano. Também em Farnborough, a construtora brasileira Embraer anunciou que a Wataniya Airways seria a primeira operadora no Médio Oriente dos novos aviões regionais E195-E2 a partir de 2020. Um negócio que alcançaria 650 milhões de dólares e compreendia a aquisição de 10 aeronaves com opção para mais 10 aparelhos.
Para já não se sabe o que, perante a perda do COA, resolverão os empresários que apostaram nesta segunda fase da companhia aérea kuwaitiana, nem tão pouco se se mantêm as encomendas de aviões à Airbus e à Embraer, na esperança de novo relançamento da empresa.
- Foto de entrada © Medina Photo Aviation