Companhia aérea de Cabo Verde será privatizada este ano

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A companhia aérea estatal de Cabo Verde vai ser privatizada este ano, garantiu o primeiro-ministro José Maria Neves, numa conferência de imprensa dada na cidade da Praia, no último dia do ano passado.

A estrutura dos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) foi criada na década de cinquenta do século passado pela administração colonial portuguesa do território, que aproveitou a base lançada pelos associados do Aero Clube do arquipélago para criar um serviço de transporte aéreo comercial que ligasse as diversas ilhas. Depois da independência da antiga colónia, em 5 de Julho de 1975, os TACV passaram a empresa de capitais públicos, totalmente subscrita pelo Estado, tendo a sua frota sido modernizada, a partir da década de oitenta, por exigência dos grandes fluxos migratórios de cabo-verdianos para Portugal, França, Holanda e Estados Unidos, e também pela abertura do arquipélago ao turismo. Hoje a companhia trabalha com aviões Boeing-757-200 e Boeing 737-800, além dos ATR72, que asseguram as ligações entre as ilhas.

José Maria Neves não falou acerca de eventuais interessados na companhia, mas é voz corrente em Cabo Verde que a companhia chinesa OK Airways estará interessada na privatização dos TACV – Cabo Verde Airlines.

Em Novembro passado a imprensa local noticiou que uma delegação chinesa esteve nas ilhas a ver as estruturas da companhia nacional e dos aeroportos, que estão sob gestão da ASA – Aeroportos e Segurança Aérea.

Mário Paixão, presidente da ASA, referiu nessa oportunidade ao jornal “A Semana” que “a empresa limitou-se a acompanhar a delegação chinesa na visita aos aeroportos, juntamente com o pessoal da TACV, para mostrar a nossa logística, as instalações, as características técnicas das nossas operações.” Disse ainda ter manifestado total abertura para cooperar com a Ok Airways nas suas actividades, caso venha a instalar-se em Cabo Verde, “tal como fazemos com todas as companhias que visitam Cabo Verde.” O presidente da ASA afirmou ao jornal que mesmo que o negócio de compra da TACV não se venha a concretizar, a OK Airways pretende começar a operar no mercado de Cabo Verde com voos internacionais ou mesmo inter-ilhas.

A Okay Airways foi fundada em 2004 e iniciou a actividade um ano mais tarde, tendo a base no aeroporto de Tianjin, a partir de onde voa cerca de 20 rotas de passageiros na China, além do serviço de carga.

O governo cabo-verdiano encara a privatização como a solução mais viável para que a companhia possa continuar a existir, dadas as enormes responsabilidades assumidas por anteriores administrações, agravadas com os custos financeiros da recente e necessária integração de novos aviões na companhia. Contudo a privatização poderá implicar que o Estado de Cabo Verde limpe todo o passivo dos TACV, uma operação que neste momento não é muito viável dada a grave crise porque passam as finanças públicas do país.

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