Companhias aéreas enfrentam escassez preocupante de pilotos

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A progressiva escassez de pilotos tem colocado em risco o crescimento do setor da aviação comercial. Como consequência desta situação, verifica-se, cada vez mais, a existência de aeronaves paradas nos aeroportos e pressões dos sindicatos por melhores condições de trabalho. Por outro lado, as companhias têm se esforçado para atrair talentos, assegurar o cumprimento das operações e garantir a sustentabilidade do negócio.

Neste cenário verifica-se o aumento dos custos com pessoal,  um acréscimo dos custos fixos, nomeadamente os relacionados com os combustíveis e uma política de preços cada vez mais competitiva nos bilhetes de avião, causando ainda mais pressão sobre as finanças das companhias aéreas.

“Essas pressões de custos devem continuar”, disse Brian Pearce, economista-chefe da ‘International Air Transport Association’ (IATA) na reunião anual do grupo em Sydney, na Austrália. Após analisar o cenário, a IATA reduziu a previsão de lucro para 12%, mas estima que o tráfego das companhias aéreas atinja o dobro durante os próximos 20 anos.

Preocupadas com o aumento da procura pelas escolas de pilotos, empresas como a CAE Inc. e a L3 Technologies, estão investindo em novos simuladores de voo. Fabricantes de aviões, como a Airbus e a Boeing, estão expandindo a sua oferta de serviços e investindo em sistemas e pacotes de formação e treino para pessoal técnico. Segundo a Boeing, até 2038, serão precisos mais de 637.000 pilotos.

A Qantas vai investir 20 milhões de dólares na QantasLink, a sua nova escola de aviação, para garantir a contratação de pilotos e atenuar as consequências da forte concorrência regional. “Temos uma responsabilidade social e precisamos fornecer talentos para o mercado”, observou Andrew David, presidente executivo da Qantas.

Outras companhias aéreas estão sendo obrigadas a olhar para fora de seus mercados domésticos, competindo, por exemplo, com as companhias chinesas, onde há uma grande procura por pilotos estrangeiros experientes aliada a uma oferta de salários anuais que rondam os 314.000 dólares norte-americanos, isentos de impostos. Segundo Andrew Herdman, diretor-geral da Associação de Companhias Aéreas da Ásia-Pacífico, em países onde os salários médios são relativamente baixos, os pilotos recebem remunerações muito mais confortáveis do que outras profissões.

Dan Adamus, presidente da Associação de Pilotos de Linha Aérea (ALPA) do Canadá, acredita que recrutar profissionais qualificados tem sido mais difícil para as companhias aéreas e isso tem levado as operadoras a aumentarem os salários. “Os pilotos têm ido para onde há melhor remuneração”, afirma Adamus, que estima que cerca de 1.000 pilotos canadianos estejam presentemente a voar para transportadoras como a Emirates.



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