Queda de ATR72 no Irão mata todos os 65 ocupantes

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Um avião bimotor turboélice ATR72-200/500 da Iran Aseman Airlines despenhou-se na manhã deste domingo, dia 18 de fevereiro, numa zona montanhosa a sul de Teerão, capital do país, tendo morrido todos os 65 ocupantes, anunciou a televisão estatal da República Islâmica do Irão, que cita fontes da companhia.

O avião, matrícula EP-ATS e com o número de série 391 ao serviço desde outubro de 1993, tinha descolado do Aeroporto de Teerão/Mehrabad, pelas 08h00 locais, e seguia em direção ao Aeroporto de Yasuj, no sul da capital iraniana, com 65 pessoas a bordo – 59 passageiros, quatro tripulantes e dois oficiais de segurança. O voo demoraria cerca de 90 minutos.

Reserva Natural dos Montes Dena, onde se despenhou o avião da Iran Aseman Airlines.

As autoridades iranianas disseram que mandaram para o local um helicóptero de resgate, mas que a zona é bastante montanhosa e há muito nevoeiro, além de neve. Os destroços foram localizados nos montes Dena, a sul da cidade de Isfahan, que dista cerca de 480 quilómetros de Teerão.

Desde o desaparecimento do avião dos radares de controlo aéreo, a cerca de 50 minutos de voo desde a partida, que as autoridades iranianas receavam que o aparelho tivesse embatido nas montanhas, uma zona de densos nevoeiros e coberta de gelo.

Desconhece-se, para já, o que terá ocasionado o acidente. As agências noticiosas internacionais, nomeadamente a AFP, estão a  noticiar que o avião sinistrado tem uma longa história de incidentes, incluindo um que o levou a estar parado durante vários meses para manutenção. No passado dia 5 de fevereiro deste ano registara uma aterragem de emergência, também por avaria mecânica.

 

O comandante e o co-piloto do avião sinistrado eram profissionais considerados muito competentes e com muita experiência na companhia, destaca a imprensa iraniana.

A Iran Aseman Airlines é a terceira maior companhia aérea comercial da República Islâmica do Irão com uma frota de 36 aviões. Tal com todas as companhias do país sofreu nos últimos anos com as sanções económicas decretadas pelos países ocidentais, nomeadamente pelos EUA, que proibiam a aquisição de aviões e componentes para aeronaves nas respectivas fábricas. Com o levantamento das sanções a Iran Aseman encomendou no ano passado 30 aviões Boeing 737 MAX, com opção para mais 30 unidades, uma encomenda que está ainda dependente de aprovação de Washington, face à ameaça de Donald Trump voltar atrás e manter as sanções económicas face às incertezas que a Administração dos EUA tem sobre o cumprimento do acordo nuclear assinado há dois anos entre o Irão e o Ocidente através das Nações Unidas.

A companhia iraniana, como quase todas as outras do país, tem um histórico grande de incidentes. O mais grave e fatal aconteceu em outubro de 1994, quando um Fokker F28 se despenhou matando as 66 pessoas que seguiam a bordo.

Não obstante registar um histórico grande de incidentes com aviões comerciais a ocorrência de acidentes fatais tem decrescido nos últimos anos no Irão, um país que está a recuperar toda a sua infraestrutura aeronáutica, com o apoio de empresas ocidentais, nomeadamente europeias. O último acidente fatal que se verificou no Irão foi a 10 de agosto de 2014: um avião turboélice HESA IrAn-140-100 (um Antonov An-140 montado no Irão sob licença da fábrica ucraniana) caiu após levantar voo do Aeroporto de Teerão/Mehrabad, tendo morrido 40 dos 48 ocupantes da aeronave.

Este é o segundo acidente aéreo com vítimas mortais com um avião comercial de transporte de passageiros, acima de 14 lugares, ocorrido neste ano. O primeiro ocorreu na semana passada na Rússia, com um avião da Saratov Airlines, que matou todas as 71 pessoas que seguiam a bordo (LINK notícia relacionada), depois de no ano de 2017 não se terem verificado acidentes relevantes neste segmento da aviação comercial.

 

  • Notícia atualizada às 13h10 UTC de segunda-feira, dia 19 de fevereiro.
  • Na imagem de entrada vemos um avião semelhante ao que despenhou neste domingo no Irão.

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