A Turkish Airlines vai passar a operar na Guiné-Bissau e uma empresa turca prepara-se para iniciar trabalhos de construção de um aeroporto “de grande porte”, em Bissau, como fez no Senegal, no Níger e noutros países da sub-região africana, anunciou nesta quinta-feira, dia 10 de setembro, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Suzy Barbosa.
As declarações da governante guineense aconteceram após uma reunião de trabalho com o seu homólogo turco, Mevlüt Çavuşoğlu, que fez uma visita de 24 horas à República da Guiné-Bissau durante a qual foi assinado um memorando de entendimento para formação de diplomatas guineenses e ainda a abertura de embaixadas entre os dois países.
Integrado na comitiva ministerial da Turquia, que chegou do Mali, depois de uma visita ao Senegal, viajou o presidente de uma empresa de construção de aeroportos, que já deu os primeiros passos para o projeto de um aeroporto de grande envergadura, que sirva de escala para viagens intercontinentais, com melhores condições operacionais e melhor acolhimento para os passageiros, do que o que serve atualmente a cidade de Bissau.
“A Turquia compreendeu que a Guiné-Bissau pode ser um pequeno país no tamanho, mas é de grande importância nas relações diplomáticas”, notou a ministra em declarações que foram reproduzidas pela agência de notícias portuguesa ‘Lusa’.
Suzy Barbosa considerou a Turquia como “um parceiro estratégico” da Guiné-Bissau que está a dar “um sinal forte” em direção ao relançamento da parceria internacional do país, através dos acordos assinados nesta quinta-feira, dia 10 de setembro.
O chefe da diplomacia turca ofereceu à Guiné-Bissau dois ventiladores e milhares de máscaras para o combate à covid-19, acrescenta a notícia.
Até antes da pandemia, a Turkish Airlines, que nos últimos anos se transformou numa companhia de aviação comercial global – em transporte de passageiros e de cargas –, a par das árabes do Golfo Pérsico, tinha a maior rede de destinos internacionais, incluindo em África, onde lidera entre as companhias estrangeiras que demandam aeroportos deste continente.
Tem sido notável o trabalho da Turquia na África, quer no apoio à construção de infra-estruturas aeroportuárias, quer na criação de voos que ligam, através de Istambul, esses países a todo mundo.
Em dezembro de 2019 a Turkish Airlines voava para 60 diferentes aeroportos em 39 países de África. A sua rede global abrangia 323 aeroportos internacionais em 127 países.
Nos países de língua oficial portuguesa a companhia voa para Lisboa e Porto, em Portugal; para São Paulo, no Brasil; e para Maputo, em Moçambique. A abertura de voos para Luanda, em Angola, chegou a ser anunciada há seis anos (LINK notícia relacionada), mas questões de ordem política, nomeadamente a entrada da Emirates no país, como parceira da TAAG – Linhas Aéreas de Angola, fez adiar a entrada da Turkish. Em 2017, a Turquia voltou a manifestar interesse pela rota, mas a verdade é que a ideia nunca se concretizou (LINK notícia relacionada).